sexta-feira, 26 de setembro de 2014

BARBADOS

Conhecer Barbados não é uma tarefa tão fácil como muitos imaginam. Essa ilha tem uma forma diferente de se viver, diferentemente de outras ilhas caribenhas onde já estivemos. É necessário algum tempo para entender como os Barjans (o nome que eles mesmo se dão) vivem. Estão sempre de bom humor e muito relaxed, não importa a dificuldade da situação, eles estão sempre ali para ajudar o próximo com um enorme sorriso no rosto e um sotaque dificílimo de se entender.
Ok, vamos começar pelo início. Ficamos hospedados em Hastings, uma cidade/bairro perto de Bridgetown, a capital. Um hotel bom, o Coconut Court Beach Hotel, dentro do padrão mínimo de exigência da nossa parte. Confortável e bom serviço. Dessa vez não pegamos all inclusive porque a nossa intenção não era ficar no hotel. E essa foi uma sábia decisão já que a ilha é super segura e podemos aproveitá-la dia e noite. A localização do hotel não é das melhores mas ok. Acho que o melhor lugar pra ficar é Holetown que é a cidade mais chiquizinha da ilha, tem muitos barzinhos, centrinhos, restaurantes e outras atrações e é também o lugar mais caro da lha. Tem outra boa opção também que é Carlisle que fica entre Hastings e Bridgetown. A praia de Carlisle, mesmo nome, é a praia mais linda da ilha (na minha opnião), a água é tão cristalina que convida à um banho sempre que a gente a olha.
Se não der pra ficar em um hotel bem localizado não tem nenhum problema, o transporte público em Barbados funciona muito bem. Tem vans e ônibus para todos os cantos da ilha, qualquer trajeto custa 2$ barbados (1US$) e é muito seguro. O preço é o mesmo para turista e local, na ilha não existe a cultura do vamos nos dar bem em cima dos turistas. Esse foi um ponto positivo muito forte para Barbados. Quase não existe assédio, se o turista tá afim de comprar, compre, se não, ninguém fica enchendo o saco. 
A gente pegou van para todos os cantos, e em todas as vans o som vai rolando na maior altura e as pessoas mostram que não se importam nem um pouco com isso, elas falam no celular como se nada estivesse acontecendo.
Nós passeamos bastante por Bridgetown que é a capital do país, cidade desenvolvida se comparada com outras cidades na ilha que passamos. Dizem que é um bom lugar pra comprar já que turistas são isentos de taxas, nós não podemos afirmar isso porque não compramos nada. Mas vimos ótimas joalherias e lojas de marcas no centro.
Acho que a principal percepção do turista em Barbados é: estamos num lugar decadente. Isso por causa da quantidade de prédios abandonados que existem por toda a ilha. Na verdade esse ponto deve ser visto com outros olhos e foi o que fizemos. Procuramos saber mais sobre a história que é interessantíssima.  Na época da alta produção de cana de açúcar, muitos estrangeiros foram pra lá e fizeram riqueza mas com a queda mundial do preço da cana de açúcar, as pessoas foram obrigadas a abandonar o país e seguir para países vizinhos ou próximos, inclusive o Brasil. Os poucos que ficaram passaram muitas necessidades mas mesmo assim reergueram o local que até o momento era colônia da Inglaterra. Ainda há muito a melhorar mas é entendível já que é um país jovem pois se tornou independente em 1966. Apesar dos Barjans terem uma cultura forte de personalidade original ainda é possível ver alguns costumes ingleses como o chá das 5, a pontualidade, as roupas usadas e também a auto-confiança. Os Barjans tem orgulho da sua cultura de uma forma jamais vista por nós dois em lugares de maior população negra. So cool!
Em Bridgetown e em qualquer outro lugar da ilha quase nada funciona aos domingos, mesmo pra comer se tem dificuldade. Se o objetivo for só caminhar pelas ruas das cidades, o domingo pode ser uma excelente opção porque a cidade fica completamente vazia e durante os dias normais está sempre crowded. Andando do hotel pra Bridgetown passamos pela Garrison, Carlisle Bay, Independence Square, Parliament, Camberlian Bridge, Barbados Mutual life, George Washington's house que são pontos turísticos e que valem uma fotinha.
Barbados é conhecido pelo ótima produção de rum, por isso fomos conhecer a Mount Gay Rum. Gente, que delícia! Que tour maravilhoso pelo pouco que se paga (10US$ por pessoa). Primeiramente fomos recepcionados com o Rum Punch, a típica bebida daqui, feita com rum (claro), fruta e canela. Tivemos a degustação de todos os tipos de rum da casa e comemos o melhor fishcake da ilha. Encontramos várias pessoas agradáveis e constatamos que o Barjan é um tipo de gente que não se produz mais hoje em dia, ehehe. Depois desse agradável passeio fomos no Pelican Craft Centre que é considerado o melhor centro de artesanato do Caribe. Eu não achei nada demais, até compramos um artesanato mas não tem nada muito original, deixou a desejar.
Aluguel de carro também é uma ótima opção pra se conhecer a ilha inteirinha em pouco tempo. Primeiro porque se aluga online e o carro é deixado no local e no horário escolhido por quem está alugando, ou seja, nada de preocupação em ir buscar e entregar o carro na hora certa, outro bom motivo são os atrativos preços. Nós alugamos o carro por 2 dias e tivemos tempo suficiente pra percorrer a ilha de norte a sul, leste a oeste.
As praias do leste, lado do oceano Atlântico, são mais desertas e tem muita onda, boa para quem gosta de surf. Já do oeste, lado do mar do Caribe, uma calmaria, água cristalina, uma delícia. Começamos pelo leste. É difícil descrever a beleza dessas praias, elas são lindas, preservadas, parece que ninguém nunca esteve ali antes, é de uma simplicidade e imponência ao mesmo tempo de cair o queixo de qualquer indivíduo. Fomos nas eleitas melhores praias por muitos guias e realmente acho que tomamos a boa decisão: Foul Bay, Crane Bay, Bottom Bay e subimos até Martin's Bay, de lá fomos para Bathsheba (essa é considerada a melhor para o surf). Nesta praia paramos em um restaurante pra almoçar, o Round House Inn, (indicado pelo rough guides), coisa difícil de se encontrar por essas bandas, comida boa mas cara e o serviço péssimo, não indico. Pertinho desse tem o Atlantis hotel e restaurant que pelos comentários deve ser melhor em todos os quesitos.
Depois de matarmos quem estava nos matando seguimos para St. Nicholas Abbey e Cherry Tree Hill que é um dos pontos mais altos do país e se tem uma visão linda de lá. É um lugar belíssimo, dá pra chegar de carro tranquilamente mas foi o único lugar em Barbados que escutamos o "tome cuidado, lá é perigoso". Então atenção nesse ponto!
No dia seguinte partimos logo cedo para Animal Flower Cave, era importante chegarmos na gruta ainda com a maré baixa. Essa cave fica no norte da ilha, lugar imperdível mas de acesso difícil. Os mapas não são específicos e existem muitas estradinhas de barro sem nenhuma sinalização, eu não sei quantas vezes paramos para perguntar a direção. A Animal Flower Cave é uma coisa de outro mundo. É mais um desses lugares que você para e se pergunta: - de onde vem tudo isso? Como pode existir coisa tão perfeita? Sinistro! Foi difícil sair de lá mas o tempo é estipulado por turista que só desce com a presença de um guia (20$ por pessoa).
De lá seguimos pra River Bay, Little Bay e Cove Bay, sinistro, sinistro, sinistro! Vou ficar repetitiva se for tentar descrever todos esses lugares porque são incríveis mesmo! Paramos em Holetown na Sandy Lane Beach onde fomos abençoados com um pôr do sol incrível. Terminamos o dia na escuridão das estradas tentando voltar pro hotel, num carrinho roots, olhando o mapa com a ajuda da luz do celular, e debaixo de chuva kkkk, mas enfim chegamos sãos e salvos.
No outro dia fomos fazer o passeio no Atlantis Submarines (100$ por pessoa), tem uma van que pega no hotel e leva de volta. Be não tava muito empolgado mas eu queria ir de qualquer jeito. Foi legal mas pensando hoje em dia é caro pro que serve. A sensação de mergulhar no mar num submarino é espetacular, nesse ponto vale muito a pena mas é um passeio rápido, o que deixa um pouco a desejar. É bom ir num dia que o céu esteja limpo e não tenha chovido no dia anterior para ter uma boa visualização. 
De lá seguimos para o centro de Bridgetown e fomos para Carlisle Bay onde estava rolando uma rave irada na areia, no The Boatyard, melhor praia e lugar para relaxar em Barbados na nossa opnião. É nesse bar que rolam as nights de Barbados. Era aberta para todos mas quem quisesse usar as cadeiras super confortáveis da barraca tinha que pagar 25$ por pessoa com direito a consumir esse valor em comida e bebida. De meia em meia hora o DJ anunciava a promoção do momento, ou era rum punch dobrado ou tequila direto na boca. Bernardo estava no paraíso, literalmente, rsrs. De Carlisle fomos no Bridge House (restaurantes na beira do cais de Bridgetown) comer o famoso Coucou que é a comida típica de lá (parece muito com o vatapá) servido com flyfish cozido, muito gostoso. E depois seguimos pro hotel porque apesar de termos lidos boas referências sobre esse lugar lá estava bem caidinho e o nosso quarto estava florido de banks ( a cerveja local, muito boa), então no hotel estava mais divertido.
Quando chegamos no hotel recebemos um aviso de que a praia estava fechava por causa do risco de furacão naquela época. A metereologia avisava a forte chuva que cairia em Barbados naquela noite. Todos lá são treinados para esse tipo de desastre menos a gente, os turistas. Apesar da forte chuva que teve durante a noite amanheceu um dia lindo de sol com o mar brilhando. Fomos novamente pra Carlisle para fazer stand up paddle. Essa praia é perfeita para praticar esse esporte e passamos o dia pela praia mesmo, vida difícil não?
Toda segunda-feira à noite rola a feira de Oistin, lugar perfeito para observar as pessoas, as danças e degustar as comidas locais. O povo é alegre, sabe receber os turistas muito bem mas não são nem um pouco puxa sacos. Se você gosta do local, bom pra você, tem muita coisa legal pra conhecer e fazer, se não pode pegar o bonde e ir embora. É assim que os Barjans se comportam o tempo todo. A comida é deliciosa, apimentada mas gostosa, os peixes são frescos e tudo é servido com feijão e arroz. A banana é igualzinha a nossa, docinha, eu comia banana o dia todo, rsrs.
Barbados é um lugar exótico, as praias são selvagens e o país mantem uma simplicidade que já não é mais vista em qualquer lugar. Apesar da decadência dos prédios abandonados é possível encontrar muito conforto para quem procura. Não é um lugar barato, os restaurantes cobram em média 20 a 25$ por prato e a maioria dos passeios são pagos. Encontramos alguns brasileiros que reclamaram muito da estadia, acharam o lugar caro para o que serve. Nós gostamos muito, acho que cada lugar tem a sua espiritualidade e é isso que deve ser levado em conta no momento de visitar um país. Adoramos Barbados e voltaríamos sempre pela sua natureza, pela paz que se encontra aqui e pela receptividade do povo. Até a próxima, Barjans!




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