Chegamos em San José ao meio dia, sol quente,
pessoas sorridentes, tudo de bom! Pegamos o carro ainda no aeroporto e seguimos
para o centro da cidade. Já havíamos lido sobre o trânsito e é, realmente, um
caos. Carros que se cruzam, sem colocar seta, todo mundo buzinando, mas no
final todo mundo se entende. Chegamos ao mercado central sem muita complicação,
apesar do trânsito péssimo, a gente conseguiu se guiar direitinho pelo
aplicativo do celular (City Maps 2 Go). Deixamos o carro num estacionamento
público por indicação de todos os que já estiveram aqui e pelos grandes
indícios de assaltos a veículos. Apesar de ser público o estacionamento é pago, mas mais barato do que os particulares.
Caminhamos um pouco pelo centro, passamos na
porta do teatro municipal e seguimos para o mercado central. Este mercado é um
labirinto com todos os tipos de coisas que se possa imaginar, de flores a
comida, de artesanato a peixe. É bem sujinho e largado, as ruelas são estreitas
e todos se apertam uns contra os outros para conseguir passar. Tem uma sessão
de restaurantes com comida local, então foi lá que começamos a aventura gastronômica pela CR. Comemos o famoso galo
pinto, que é o arroz e feijão, uma delícia! Visitamos algumas lojinhas com ótimos artesanatos e seguimos viagem.
Pra falar a verdade, San José é
exatamente o que muitos dizem, sem graça. A cidade é suja, um caos por todos os
cantos e nem um pouco segura para bater perna. Não se sinta mal de vir à Costa
Rica e não visitar a capital.
Pegamos o carro
em direção a Poásito. O hotel desta noite ficava na margem no Volcán Poás e foi
pra lá que seguimos. Chegamos tarde e um pouco cansados, afinal estávamos há 2
dias na estrada, já que nosso avião parava em New York onde passamos a primeira
noite. Além disso, a estrada até Poás não é das melhores, muito estreita e escura o que nós deixou bastante tensos. El Churrasco hotel é bem aconchegante, fica na beira da estrada (a
cidade se resume a uma estrada), e tem um restaurante especializado em carne (mas tem outras coisas também), ou seja, de fome naquele fim de mundo ninguém morre.
Acordamos cedo, cheios de energia pra começar o
dia nessa terra mágica e seguimos para o Volcán Poás. Todos os guias indicam a
ida a esse vulcão antes das 10 da manhã para se ter a melhor vista e evitar as
horas de turismo, e foi o que fizemos.
A entrada do parque custa 10$ por
pessoa e mais 1500 colones (a moeda local) para o estacionamento. O acesso é
muito fácil e a distância é mínima para se ter uma recompensa como aquela. Fomos
andando e se deslumbrando com a natureza que é espetacular. De repente lá estava ele,
completamente aberto, sem nenhuma névoa, com a cor verde turquesa, lindo,
lindo, lindo! Que coisa linda, não vou cansar de dizer isso. Eu não conseguia
parar de admirá-lo. A viagem já estava mostrando o seu lugar nas nossas vidas e
corações.
Do vulcão seguimos para Catarata de La Paz que
fica a uns 40 minutos de carro. Na chegada decidimos não entrar e seguimos para
outros pontos. Não ficamos porque achamos caro demais (40$ por pessoa), pela
questão tempo x prioridades e também por ser muito turísitco/cheio/filas, e
esse não era o nosso objetivo nessa viagem. Queremos conhecer lugares preservados
e ver os bichos ao vivo e não presos em gaiolas. Então seguimos para
cachoeira de La Fortuna. A estrada era de uma beleza fora do normal, lembrou um
pouco a serra do Rio do Rastro no Sul do Brasil, repleta de curvas bem fechadas
e a cada curva uma surpresa. E para a nossa melhor surpresa, demos de cara em
uma das descidas com a cachoeira De La Paz, aquela que iríamos pagar 40$ para
ter acesso estava ali escancarada as nossas vistas. Lindo, lindo, lindo!!!!
Chegamos na cachoeira de La Fortuna (entrada 10$
por pessoa) quase na hora de fechar. Tínhamos 40 minutos para descer e subir
500 degraus. E lá fomos nós, correndo, desesperados, não podíamos perder essa
chance já que não voltaríamos mais aquele lugar. Assim que chegamos lá embaixo
começou a chover copiosamente, tiramos algumas fotos, Be tomou um banho de
cachoeira, lavou a alma e pegamos o trajeto de volta. Cheguei lá em cima
passando mal.
Dessa cachoeira seguimos para a
cidade de Fortuna onde tínhamos uma reserva num hotel.
A cidade de Fortuna é super animada. A gente
ficava super empolgado quando chegávamos a uma cidade que havia um centrinho,
porque a maioria delas é bem pequena, impossível de encontrar um mercadinho, muitas
vezes.
Achar as coisas em Costa Rica não é uma tarefa
óbvia; primeiro porque os mapas não são claros, não há tanta sinalização, e
também porque as pessoas não sabem os nomes das ruas, absolutamente nenhuma.
O segredo é saber um ponto de referência. Mas, modéstia parte, eu e Be estamos
nos saindo muito bem nesse quesito, acho que os anos e anos de viagens estão nos
ajudando bastante na hora dos apertos, que estão sendo encarados de uma forma
muito mais leve e desprendida, tudo acaba em piada.
Enfim, encontramos o hotel, bem pertinho do
centro. Logo na chegada ao hotel (El Volcán) eu não gostei muito do cheiro do
quarto e minha alergia começou a atacar, coisa que eu não tinha há anos. Tomamos
um banho e fomos curtir a cidade.
As cidadezinhas da Costa Rica são bem
aconchegantes e receptivas, as pessoas são muito agradáveis e nós deixam à
vontade. Por indicação de um vendedor de uma loja de souvenir entramos numa rua
à procura de um restaurante e descobrimos o Soda Vesquez. Soda são restaurantes
que vendem comida típica a preços bem mais em conta. E olha que comidinha e
serviço deliciosos nós tivemos nessa Soda! Super indico esse restaurante. A
dona gostou tanto da gente que ganhamos uma sobremesa, arroz de leite,
igualzinho ao que comemos no nordeste do Brasil. Voltamos para o hotel e como
esperado era impossível pra mim dormir naquele quarto com cheiro de mofo e acabei
passando a noite no carro.
Depois de uma noite muito mal dormida, o sol
estava lá, mais uma vez brilhando, acordei Bernardo e pegamos a estrada. Antes
disso fomos tomar um café lá no Vesquez que ainda estava
fechado para a nossa tristeza, acabamos indo num outro que não chegava aos pés.
Mas enfim, seguimos o nosso plano e fomos
visitar o Volcán Arenal e mais uma vez para a nossa tristeza do dia não era
possível ver o vulcão, pelas informações que tivemos há mais de 6 meses que a
nuvens cobrem o vulcão e ninguém tem tido o privilégio de admirar a
sua beleza. Na estrada paramos num ponto turístico e uma moça muito simpática
nós informou tudo da região, inclusive as melhores estradas da Costa Rica. Neste
ponto turístico tinham dois lindos tucanos apreciando a paisagem. Que pássaro
lindo! É impressionante! A gente não conseguia sair de lá olhando e eles se mostraram muito à vontade com a presença humana. E foi depois dessa parada que mudamos o
roteiro e pegamos a carretera (estrada) em direção ao Rio Celeste e Volcán
Tenório. Apesar de termos dado uma volta ao mundo pra chegarmos lá, foi muito
mais rápido do que seguirmos pelas estradinhas de barro.
Chegamos ao Rio Celeste
por volta das 13h. Para fazer a trilha completa leva 3horas e meia, mas pra gente
isso iria durar muito mais, com certeza. A trilha é bem batida, por isso é
difícil alguém se perder por ali, mas é preciso um pouco de preparo físico para
agüentar o sobe e desce das montanhas. Depois de descermos 400 degraus, demos
de cara com a uma cachoeira de águas azuis turquesa, linda, exuberante e
difícil de ser descrita. Foi a cachoeria mais linda que eu já vi na vida. Ali
ficamos horas nos deslumbrando de tanta natureza. Fizemos um lanchinho, queijo
palmito (um queijo típico daqui, muito gostoso e que desfia como o pamito) e tortilhas. Depois de horas seguimos a trilha e chegamos a Laguna Azul, outra
parte deslumbrante que faz parte do Parque Vulcán
Tenório. Por fim terminamos a caminhada numa parte inacreditável da trilha que
se chama Borbulhantes. As águas saem do fundo em forma de bolhas por causa da
proximidade com o vulcão; é como estar numa piscina natural de massagem, uma maravilha. Voltamos para o carro acabados, mas felizes com tanta beleza e
esqueci completamente da minha alergia.
Pegamos a estrada de volta e o novo destino era
a região de Guanacaste. Tínhamos um hotel reservado perto
de Tamarindo. A partir desse momento seguíamos em direção as praias do
pacífico!
A volta não foi tarefa fácil, até chegarmos a
estrada de asfalto passamos por alguns perrengues. No momento do aluguel do
carro, o vendedor nos ofereceu um carro 4x4 e a gente não pegou porque
achávamos que não era necessário e acabamos pecando terrivelmente nesse quesito
no momento do planejamento da viagem. Passamos apertos sérios em várias
curvas e ladeiras. Muitas vezes o carro não
tinha força, os pneus estavam desgastados (outra coisa que não observamos) para encarar uma ladeira íngreme que chegávamos a pensar que não tínhamos saída a não ser chamar o reboque.
Mas enfim, o santo é forte e conseguimos subir
a bendita ladeira. Já eram quase 6 da noite e tínhamos uma longa estrada pela
frente até Tamarindo. E fomos seguindo algumas placas pelo caminho e os nossos
instintos de viajantes. Pra falar a verdade, achávamos que a Costa Rica era
muito menos sinalizada pelo que tínhamos lido em blogs e guias.
Chegamos no hotel as 9:30 da noite, e ele só
estaria aberto até as 10, ufa!
Isso é mais uma coisa da Costa Rica. O país vive
intensamente o dia, e a noite todos dormem, vivem como os animais e como a natureza
é feita para ser. Não adianta telefonar, buzinar na porta do hotel que eles não abrem e acabou. Isso é avisado na hora da reserva.
O hotel Hacienda J&J Bed and Breakfast era
maravilhoso (obrigada senhor!). O banheiro super limpo e equipado com um
chuveiro especial com terapia de luzes e águas massageantes. Eu dormi como um
anjo e compensei a noite mal dormida da noite anterior. O dono é um francês que
vive na Costa Rica há 12 anos e ficou muito alegre em falar com a gente em
francês (já que a maioria dos turistas falam inglês e ele não fala), e também
muito triste em saber que já estávamos de partida.
Deixamos o Hacienda e o simpático Jean Pierre e
fomos para as praias tomar um café especial da Costa Rica em frente ao mar. Eu
estou viciada no café da manhã deles que se resume a galo pinto (arroz e
feijão, isso mesmo: é arroz e feijão de manhã, tarde e noite), um queijinho que
só eles tem, tortilhas, suco da fruta, café costa riquenho, humm, uma delícia.
Tomamos nosso reforçado café na praia de Brasilito, de areias negras, e fomos
na praia vizinha Las Conchas, repleta de conchinhas de todos os tipos no lugar
da areia o que faz um contraste lidíssimo. De lá seguimos para a playa Ventanas, totalmente
deserta, linda e preservada mas decidimos visitar outras até chegarmos onde
queríamos. Descemos mais a costa em direção a região de Guanacaste, onde seria
a próxima parada e paramos na playa de Samara. Freqüentada por turistas e com
alguns barzinhos, o que podemos nos refrescar com uma Imperial (cerveja local)
que ninguém é de ferro. Essa praia é bem agradável de águas quentes e parece
ser bem freqüentada.
De lá voltamos para a estrada e tivemos a sorte
de ver o pôr do sol na playa de Carillo. Essa praia é muito especial e pelo
visto muito adorada pelos ticos (como eles se chamam). São vários coqueiros em
frente ao mar onde eles aproveitam para colocar as redes, descansar e fazer um
churrasquinho por ali mesmo. Apesar da farofada, não vou negar que eu fiquei
com água na boca daquelas redes penduradas, sombra e água fresca.
Falando em farofada, os ticos tem muito orgulho
do seu país e cuidam muito bem dele. Todos levam a sua basura (lixo) de volta
pra casa. Depois do pôr do sol, a playa estava limpa novamente como se ninguém
tivesse estado por ali.
Nessa empolgação de seguirmos o litoral
acabamos perdendo a entrada pra pegar a carretera e fomos parar num estrada de
terra; a gente não tinha idéia do que esperava por a gente. Na saída da playa
de Carillo, tivemos que atravessar um rio de carro, a sorte foi que tinha um
tico muito gente fina e embriagado que nós deu toda a dica de como chegar do
outro lado sem afundar o carro. E assim seguimos pela estrada de terra a 20 km
por hora. Começou a escurecer e a estrada ia ficando mais esquisita e
completamente deserta. Depois de 1 hora chegamos a um vilarejo onde um senhor
nos informou de que a estrada seria de pedra e terra até o nosso destino final
e que teríamos mais dois rios para atravessar de carro. Meu Deus! A gente,
definitivamente, não estava preparado pra isso. Mesmo assim seguimos em frente.
De repente um preto na frente, a estrada acabava ali e um rio enorme se
mostrava a nossa frente com toda a sua força. Chegou mais um carro de um casal
de americanos (mas com um carro 4x4 - merda mais uma vez!) que entraram no rio a
pé (loucos) para analisar a profundidade do rio e por onde eles poderiam passar.
Do nada, vem um cara numa moto descendo rio abaixo numa paz de dar nos nervos,
rsrsrs - nesse momento da viagem a gente já estava quase entregando os pontos.
Falamos com ele e advinha qual a primeira coisa que ele nos disse: - o carro de
vocês não passa aqui não! Holy, holy, holy, e agora? O tico nos disse que
tínhamos que voltar e pegar um outro caminho por onde não teria rios para
atravessar. A coisa estava mais roots do que pensavámos! E lá fomos nós por uma
estradinha mais doida ainda e mais cheia de pedras. A vista de uma ladeira
íngreme levava o nosso coração a boca porque não tínhamos a certeza de que o
carro iria subir. Numa ladeira dessas que eu vinha correndo como uma louca para
pegar o impulso necessário para subir demos de cara com 2 carros atolados nas
pedras (eram pedras mesmo, não terra batida ou outra coisa dessa categoria), e
todo o impulso dado anteriormente não valeu de nada, tivemos que parar, dar ré
e rezar para que o carro subisse. E ele subiu, uhuhuhu! Pois é, eu tive que
dirigir porque o motorista estava passando mal ao lado por ter comido uma
comida estragada que eu fiz de tudo para ele não comer e ele comeu de teimoso que é. A essa altura a nossa reza era pra que o carro não nos deixasse
na mão depois do que ele passou esses dias. Já eram 10 da noite e estávamos
quase desistindo de chegar a Tambor que era o nosso próximo destino. A gente
não tinha mais energia e as esperanças estavam ficando no caminho. As cidades
informadas no mapa eram apenas vilarejos com 3 e 4 casas e só. Nem uma alma
penada pra nos ajudar, nenhum hotel, dormitório, nada! Estávamos ali ao Deus
dará quando avistamos uma casa e um cara saindo dela que nos informou que
era melhor seguirmos e que já já iríamos encontrar a estrada de asfalto. Depois de 6 horas de viagem, final
do suplício! Chegamos ao hotel em Tambor a meia noite agradecendo a Deus por
estarmos ali, sãos e salvos.
Acordamos meio baqueados da longa estrada que
tivemos ontem mas com muita vontade de descobrir mais um pedacinho desse país
fenomenal. Tomamos mais um café reforçado e seguimos para Montezuma que é um
vilarejo hippie muito charmosinho. As pessoas são de uma paz e receptividade
fora do normal. Nos bares e restaurantes as músicas que rolam são sons da
natureza ou meditação. Foi lá que vi uma criança perguntando a mãe se ela podia
chupar uma bala e a mãe respondeu pra ele que ali continha uma quantidade
enorme de açúcar. Tranqüilamente ele largou a bala e fez a escolha dele o que
me deixou de queixo caído. Mesmo numa cidade no fim do mundo, sem acesso,
estradas péssimas, as pessoas têm consciência de alimentação e passam isso à
diante. Na verdade lá eles devem ter muito mais consciência em relação a isso do
que nós que vivemos expostos a informações diariamente.
Desse vilarejo seguimos para Malpaís e Santa
Teresa. Largamos o carro e fomos andar pela praia. Logo encontramos um bar
(Banana Beach) que era a nossa cara e ali colocamos a canga e deixamos o dia
passar. Foi lá que encontramos a amiga francesa de Be e a família dela que mora
há 6 anos e conhece todos em Malpaís. Ela nos mostrou um pouco mais do local, e
nos contou o lado bom e ruim de viver ali. E foi nessa conversa que ficamos
sabendo que os rios onde esbarramos no meio da estrada na noite anterior e os
americanos andaram na água são cheios de crocodilos, já pensou?!?
O astral de Malpaís é
muito legal. É praia pra quem gosta de surfar, curtir um lounge, tomar uma
imperial gelada e até fazer topless. Por essa região da CR todo mundo tem um
quadriciclo por causa das péssimas condições das estradas e pelo custo
benefício para mantê-lo. Depois do lindo pôr-do-sol seguimos para um
restaurante francês no topo de uma montanha com uma vista deslumbrante mas não
jantamos lá. Nos despedimos do pessoal, descemos a montanha e jantamos num
restaurante japonês bem gostosinho. Para se comer bem na CR não é preciso pagar
caro. Mesmo em restaurantes mais elaborados, os preços são acessíveis. Além
disso, a comida é maravilhosa, então não há motivos para gastar mais do que o
orçamento planejado. E foi assim que mais um dia acabou.
Chegamos a metade da viagem, acordamos com as
galinhas, tomamos mais um daqueles cafés reforçado e seguimos viagem. Dessa vez
o destino era Jacó, do outro lado do golfo. Fomos para o porto pegar a balsa
que tinha acabado de sair e a próxima sairia em 2 horas. Finalmente
atravessamos o Golfo de Nicoya num ferry lotado de ticos super animados e ao
mesmo tempo cuidadores da natureza. Eles observam tudo, reclamam quando vêem
alguém alimentando os animais, pedem as pessoas para apagar o cigarro, recolhem
o lixo e fazem tudo mais o que for necessário para conservar o local. Falar da
beleza do país não é mais novidade mas é cada lugar mais lindo do que o outro
que é difícil não comentar. A travessia durou 2 horas o que não nos entediou
nem um pouco porque conservação do Golfo de Nicoya não nos deixou pensar sobre
o tempo.
No caminho para Jacó passamos na famosa ponte
dos crocodilos e ficamos impressionados com a quantidade de crocodilos que
vivem ali. Enormes e selvagens! A ponte dos crocodilos virou um ponto turístico
onde é um ótimo lugar para tomar uma água de coco ou um suco da fruta bem
gelado e trocar uma idéia com os ticos que são super agradáveis.
Chegamos em Jacó tarde, já era final do dia.
Fomos ao hotel Villa Caletas para ver o pôr-do-sol que já tinha acontecido mas
valeu a ida porque esse hotel é simplesmente fenomenal. Fica no topo de uma
montanha e tem uma vista de Jacó de tirar o fôlego. Ótimo lugar
para ir no final da tarde tomar um drink.
Jacó é a praia mais próxima da capital San José
e por isso é a mais desenvolvida de todas elas também. Tem muito agito e tudo o
que se encontra num lugar onde o turismo pega fogo. Jantamos por lá no melhor
restaurante que achamos na CR, o Izaga, uma soda onde se come os melhores
frutos do mar daqui. A comida é tão gostosa que voltamos lá um outro dia. Eu
comi o arroz com mariscos nos dois dias e Be comeu um peixe com camarão ao
molho branco e mariscos na manteiga e alho. Simplesmente divinos! Cada prato
10$. Tá vendo como se come bem e barato nesse país!?! Voltamos para Parrita
onde estávamos hospedados e assim se foi mais um dia.
O café da manhã no hotel Beso Del Viento era
servido das 7 às 8:30 o que nos obrigava a acordar com as galinhas. Esse hotel
é muito bom mas tinha a questão do horário que era um saco mas enfim...depois
do café acabei tendo uma surpresa, roubaram meu biquíni na pousada que ficamos
em Tambor. Fiquei arrasada, principalmente porque era o biquíni que eu mais
gostava, novinho e caro, paguei 100$ por ele quando fui ao Brasil:(. Liguei para
lá, falei com o dono da pousada mas nada aconteceu, o que já era de se esperar.
Passei o dia todo com raiva por me sentir de mãos e pés atados nesse momento.
Apesar da má notícia matinal o nosso dia foi
maravilhoso. Fomos ao parque Manuel Antonio e esse foi, sem sombras de dúvidas,
o ponto mais alto da viagem. Não é à toa que esse é o parque mais visitado por
turistas. Foi o único lugar que pegamos uma filinha pra entrar debaixo de um
sol escaldante.
O parque é tudo o que a gente vê nas fotos e
muito mais. É pequeno, por isso pode ser visitado inteirinho numa tarde e vale a
pena cada passo dado. Tem 3 praias, a que leva o nome do parque é a mais cheia e de fácil acesso. A melhor é a última que fica quase vazia durante todo o dia, no entanto se anda mais até ela. Logo na entrada fomos recepcionados por vários macaquinhos da cara branca que não
se sentiam nenhum pouco incomodados com a nossa presença. Eles pulavam pra lá e
pra cá num ritual que só eles entendem. A cada passo dado, uma nova surpresa.
Vimos uma preguiça se coçando no topo de uma árvore, uma cobra se balançando
num tronco (essa deu medo), várias aves e macacos. As praias pareciam da
minissérie Lost, a gente saia do mato e dava naquelas águas verdes rodeada por florestas. Esse dia foi muito especial. Apesar do cansaço no final do dia, tudo
valeu a pena! Fomos os últimos a sair do parque e paramos na praia de Manuel
Antonio (tem uma praia na cidade que fica do lado externo do parque) para nos deslumbrarmos mais uma vez com o
pôr-do-sol. De lá fomos a um restaurante em Quepos, local e maravilhoso por indicação de um tico, Kukula.
No oitavo dia de viagem mudamos o roteiro e
voltamos em direção a Jacó. Paramos um pouco na playa hermosa, onde rola o surf
pesado, também na playa Jacó, almoçamos pela segunda vez no Isaga e pegamos o caminho de
volta em direção a Uvita. A playa Jacó é a mais famosa mas a gente achou que
faltava alguma coisa para nos atrair, então decidimos seguir viagem. No caminho passamos na
playa Dominical, Dominicalito e Uvita. Todas essas são lindas e diferentes de
todas que tínhamos ido até o momento. A areia é escura, proveniente dos vulcões
e cheia de pedras mas a vegetação do lugar é riquíssima.
Depois de um dia de
praia seguimos para o hostel Cascada Verde. Esse foi o hostel mais legal e
doido que a gente já foi na vida. Ele fica, literalmente, no meio da floresta e
é todo estruturado de madeira e bambu. Os quartos são separados normalmente mas
o teto não tem divisória o que vira um grande vão em que todos escutam todos.
Foi lá onde encontramos um casal de brasileiros de Curitiba que eram
voluntários. Eles iriam passar 1 mês lá trabalhando durante 4 horas por dia nos
afazeres do hostel e em troca tinham casa durante esse tempo. A cozinha do
hostel era super equipada e a galera era super prendada na arte da culinária
vegan. Tinha gente do mundo todo, inclusive um canadense que só voltará pra
casa no final de abril. Apesar do hostel ser super cool e do quarto
confortável(com banheiro privado), eu tive uma péssima noite. A noite na
floresta se escuta coisas que até Deus duvida e pra piorar tinha um cara que
roncava demais num dos quartos vizinhos.
Acordei super cansada, nosso plano era ir a
mais uma cachoeira de 4 km de caminhada, mudamos os planos. Fomos na cachoeira
Uvita ao lado do hostel e de lá seguimos para as praias. Passamos na playa
ballena e seguimos pra playa de Manuel Antonio. A melhor de todas na minha
opinião, por isso decidimos voltar para aproveitar um pouco mais daquela
região. E lá ficamos até o pôr-do-sol. O nosso último no país. De Manuel
Antonio seguimos para San José, o que foi uma mudança nos planos mais uma vez
mas que deu certo. Ficamos hospedados no City Express Costa Rica, um hotel novo e hiper confortável.
Nossa mudança nos planos ocorreu por causa de
uma casinha feita de madeira que vimos no mercado central em San José. Durante
todo esse tempo procuramos pelo país inteiro e não achamos (na nossa casa a
gente coleciona artesanatos dos países que visitamos). Para essa missão quase
impossível saímos cedo do hotel e fomos vasculhar o labirinto que é o mercado
central. Por um momento pensei que não fossemos encontrar mas no último minuto
encontramos a loja e a última casinha, a última da loja estava lá nos
aguardando. Um dia li em algum blog que os artesanatos no mercado
central são diferentes do resto do país e que se você gostar de algum compre-o
porque não irá encontrar mais em lugar nenhum, mas eu não dei a mínima atenção a isso e hoje deixo aqui a minha
dica também!
Por toda parte na CR a gente vê os ticos super empolgados assistindo as touradas. Um contraste a ser remarcado pelo fato deles serem tão protetores dos animais. Outra coisa que eles amam são as novelas brasileiras. Agora está passando a novela Lado a Lado, que é uma novela de época bem legal.
Por toda parte na CR a gente vê os ticos super empolgados assistindo as touradas. Um contraste a ser remarcado pelo fato deles serem tão protetores dos animais. Outra coisa que eles amam são as novelas brasileiras. Agora está passando a novela Lado a Lado, que é uma novela de época bem legal.
E depois de 1651km rodados entregamos o carro no aeroporto e
seguimos de volta pra casa já com os planos do próximo destino. Valeu Costa
Rica, Pura Vida por tudo, foi lindo!!!
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