domingo, 18 de dezembro de 2016

CALIFÓRNIA - Julho 2016

Fizemos o nosso planejamento da viagem pra Califórnia com bastante tempo de antecedência pra gente aproveitar o máximo possível saindo de Vancouver e indo até San Diego e voltando pelas montanhas em apenas 18 dias.
Primeiro dia pegamos a estrada a tarde e só paramos em Portland, Oregon para dormir. A primeira boa surpresa do dia foi no cruzamento da fronteira. Viajamos pela primeira vez com os nossos passaportes canadenses e nunca foi tão fácil entrar nos States. Sem perguntas infinitas e apenas um: enjoy Califórnia! uhuhuhuhu!!! Vamos nessa!!!
No segundo dia a mesma coisa, estrada, estrada e mais estrada. De Portland, Oregon seguimos até Eureka, já na Califórnia. Dormimos e acordamos num outro clima. Agora sim as férias iriam começar de verdade. E dali tudo seria mais calmo.
De Eureka seguimos para Oakland, passando por Mendocino. Nessa parte da viagem já dá pra imaginar o que está por vir. Chegamos em Okland já a noite, fomos pro hotel para começar a desfrutar de San Francisco no próximo dia bem cedinho.
Muitos amigos nos deram a dica de não irmos para São Francisco de carro por causa dos caros estacionamentos e do engarrafamento no e para o centro da cidade. Mas acabamos achando ótimo ir de carro. Estacionamos nos parquímetros da prefeitura que não são caros e ficamos totalmente móveis na cidade inteira, claro, evitando os horários de pico. Foi maravilhoso o nosso passeio. Pudemos subir e descer muitas ladeiras de São Francisco, sem perder tempo com transporte público, tirávamos fotos lindas e rapidamente nos deslocávamos para outro local da cidade. Fomos na Union Square onde se pega o bondinho da linha Powell - Hyde, Lombard Street (linda e florida rua que fica lotada de turistas - o bom de ir de carro é poder descê-la e sentir as virtuosas curvas), Fisherman's Warf e Pier 39, esse é um ponto turístico muito forte onde se dá pra ver os inúmeros leões marinhos e comer bons frutos do mar. Separe um tempo para essa visita.
O mercado é enorme, ou seja, não falta o que fazer por lá. A prisão de Alcatraz pode ser vista de vários cantos da cidade, por isso é interessante estar de carro já que dá pra escolher a melhor vista. Visitamos o bairro Haight-Ashbury, bairro hippie onde vimos a casa onde Jimi Hendrix viveu, também tem um restaurante caribenho muito bom chamado Cha Cha Cha (peça a comida sem pimenta caso não goste).

No dia seguinte fomos a Sausalito, que cidadezinha agradável, nossa! Vale demais o passeio e passar umas horas do dia por ai. Fora que é muito mais barata do que São Francisco, então é um bom momento para ir num bom restaurante com preços mais acessíveis. De Sausalito seguimos para a Golden Gate, que espetáculo! Apesar do vento forte tiramos boas fotos com vistas lindas da ponte e da cidade. Afinal de contas ir a
São Francisco e não ter uma foto desse cartão-postal mundial seria um pecado.
Quando voltamos da Golden Gate, paramos pro nosso almoço/janta no restaurante Kitchen Story, muito bom também.
Ficamos 2 dias em São Francisco e sem dúvidas foi um dos pontos mais legais dessa viagem. SF merece muito mais dias porque é simplesmente sensacional com dez milhões de coisas para fazer.
Saimos de São Francisco cedo em direção a San Simeon que seria a nossa próxima dormida. Íamos passar pela tão sonhada Big Sur. Primeiro passamos por Carmel e Monterey que são duas cidadezinhas super charmosas, muito lindas. Dirigimos pela 17-mile drive, um espetáculo! Se vc tiver tempo vale muito a pena parar por 1 ou 2 dias nessas cidades e sentir o clima da cultura californiana mais calma e charmosa. Toda essa região entre San Simeon e São Francisco é um sonho.
A costa oeste da Califórnia é belíssima, é difícil exprimir em palavras a beleza da natureza. No meio do caminho paramos na Pfeiffer Beach onde fica o Keyhole Arch, um dos lugares mais lindos que já fomos, para ver o pôr do sol.
Depois dessa parada eu já estava satisfeita com a viagem, não precisava de mais nada. Ainda passamos por diversas pontes incríveis pela estrada e chegamos em San Simeon deslumbrados com tanta beleza natural.
Logo cedo de San Simeon seguimos para Solvang que é uma cidadezinha Dinamarquesa em plena Califórnia. Dá pra comparar ela à alguma região do sul do Brasil, aquelas que você chega e é tão alemã ou italiana que nem parece que você está no Brasil. Passeamos por lá e tomamos o melhor açaí da viagem (isso mesmo, Açaí igualzinho ao nosso). De Solvang passamos por Carpinteria mas não conseguimos ver nenhum leão marinho, infelizmente (em Carpinteria fica uma área preservada da vida marinha chamada Harbor Seal Preserve - mas tem que ir na época certa para ver os leões marinhos).
Chegamos ao nosso ponto final do dia, Mission Viejo que fica a 40 minutes de Los Angeles, onde dormimos por 3 noites na casa de queridos amigos.
Los Angeles é uma outra cidade que tem dez milhões de coisas pra fazer mas talvez por causa do calor me deixou um pouco desestimulada. Gente, era muito calor! Muito quente mesmo como há muito tempo eu não sentia, parecia que a gente tava dentro de uma panela. Los Angeles é uma cidade grande, trânsito conturbado, muito movimentada e crowdeada.
No primeiro dia em Los Angeles fomos visitar o símbolo de Hollywood que é visto de longe, ninguém chega perto por motivos de segurança. Depois fomos para o lado oeste da cidade e visitamos a praia de Santa Mônica e Beverly Hills. Filho, se tu acha que tu tem dinheiro é porque tu não conhece o glamour de Beverly Hills. Apesar de tudo ser o olho da cara, vale a pena parar e passear pela Rodeo Dr e descobrir o que as celebridades americanas consomem. Eu fiquei encantada com Beverly Hills, realmente eu estava dentro dos filmes e principalmente em Barrados no Baile, ehehehe (para quem lembra!). Fomos no bairro de Hollywood debaixo de um sol escaldante. Estava lotado, pra variar, que a gente não conseguia encontrar o nome dos nossos ídolos nas calçadas. Apesar da confusão que é aquele lugar, vale a pena o passeio pra ter noção do que é a tão famosa rua das celebridades.
No segundo dia em Los Angeles fomos conhecer as praias: a primeira foi a de Venice que eu, simplesmente, detestei. Eu já sabia que é famosa pelo lado caótico e mais hippie da cidade mas eu não imaginava que fosse tanto. Bernardo gostou, mas eu não. Achei a praia super suja e muita gente louca reunida, não sei se foi o dia que fomos que tava assim, mas saímos de lá correndo. Seguimos para a Long beach que é o oposto de Venice, tudo organizado e bem americanizado. De lá seguimos para Huntington Beach que para a nossa surpresa estava tendo o campeonato mundial de surf. Gabriel Medina, Adrianinho, Felipinho, etc estavam todos lá. Be ficou louco. A praia estava lotada e super alto astral. Acabamos o dia com um pôr do sol magnífico no Laguna beach e tomamos um drink pra fechar o dia maravilhoso no restaurante Las Brisas. Falando em comida, na região de Los Angeles tem uma rede de fast food chamada El Pollo Loco que é simplesmente maravilhoso. A comida parece muito com a brasileira, feijão de caldo, arroz, saladinha vinagrete e a carne à sua escolha. Hum, delícia! Apesar de ser Fast food, acredite, a comida parece caseira além de ser barata.
Depois de 3 dias em Los Angeles seguimos para San Diego. Passamos por La Jolla, uma cidade linda que muita gente nem conhece (falo pessoas de outras nacionalidades). Se eu conhecesse antes, sem dúvidas, essa seria uma das cidades para passar uns 2 dias. Além de ter o clima total de praia, tem um estrutura massa. Foi o lugar onde vimos muitos leões marinhos e como eles são fofos. Nessa cidade, apesar de pequena, não falta o que fazer, principalmente esportes no mar.
San Diego é uma cidade menor se comparada a Los Angeles e SF mas muito simpática. Rodamos bastante por lá e gostamos muito do clima de Ocean Beach, ou melhor OB. Tem vários restaurantes e barzinhos de frente pro mar pra curtir o pôr do sol e os milhares de pessoas que ficam fazendo acrobacias de Yoga, muito alto astral.
Old Town é o melhor lugar para comer a verdadeira comida mexicana, e entrar no clima do México. Na verdade, eu fiquei impressionada com a influência mexicana por toda a Califórnia, quanto mais ao sul você vai indo mais mexicano vai ficando.

Depois de 3 maravilhosos dias em San Diego começamos a voltar para o norte mas dessa vez por dentro, pelas montanhas. Fomos no Sequoia National Park que pode ser definido como um santuário de sequoias milenares. Subimos o Moro Rock com seus 797 degraus, 2050 metros de altura para ter uma visão deslumbrante das sequoias e do pôr-do-sol. A sensação de estar naquele lugar é de contemplação, agradecimento. É impressionante a presença das forças superiores que nos englobam ali. Essa força existe mesmo, ela é real, podemos vê-la através daquelas imensas árvores. Esse é um passeio imperdível.


O que eu senti chegando nesse parque é que eu estava um pouco cansada de viagens pelas cidades grandes, e ali pude sentir uma paz de espírito indescritível.



Essa noite nós dormimos em Mammoth Lakes, uma região cheia de ursos onde não se pode deixar absolutamente nada de comer no carro porque os ursos vêm nos visitar todas as noites. Mammoth Lakes é um vilarejo frequentado por jovens que praticam esportes radicais, um lugarzinho muito simpático, no meio da floresta, com barzinhos legais, estação de esqui, etc. A energia de Mammoth Lakes é muito especial.
No outro dia saímos cedo para o Yosemite National Park, outro lugar maravilhoso. Cada cachoeira de tirar o fôlego. Be estava do jeito que gosta, mergulhando de cachoeira em cachoeira. O parque tem completa estrutura, inclusive quem quiser se hospedar por lá será muito bem-vindo. Apesar do parque estar lotado nessa época, a preservação é muito bem mantida pelas autoridades. A relação homem/natureza é bem respeitada por lá.
No dia seguinte Be foi visitar o Mono Lake e eu fiquei só com as imagens das fotos na minha cabeça. O lago é tão alcalino e com quantidade elevada de sal que se formam castelos de sal, é impressionante.
No dia seguinte iniciamos nossa volta pra casa, passando por uma cachoeira incrível, já na região do Lassen National Park, chamada McArthur-Burney Falls.
Por falar em água, a Califórnia está passando por um problema sério com a falta de água. Ninguém pode regar as plantas de casa e nem utilizar água de forma inapropriada. E é na Califórnia onde estão as grandes plantações de frutas e legumes que alimentam as regiões oeste dos EUA e Canadá. A cada ano a situação está pior, as pessoas não sabem mais o que fazer.
Continuamos a nossa saga em direção ao 'pólo norte' :0), paramos em Rosenburg, em Oregon para dormir depois de 9 horas de viagem e no outro dia mais 9 horas até chegarmos de volta a Vancouver. E asssim fechamos mais uma aventura bem sucedida. Se a gente tivesse tido mais tempo seria muito bom mas deu pra gente aproveitar muito a Califórnia nesses 18 dias de viagem que foram espetaculares!!!! A Califórnia, realmente, é um lugar diferente de qualquer outro do mundo, o espírito de liberdade é inspirador, você é o que você quiser ser e todos se respeitam, além disso ainda tem a influência do mar na vida dos californianos, o que faz muita diferença.

É isso, até a próxima:)





segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Vancouver X Montréal

Chanchanranran!!!! Vancouver ou Montréal? Qual a melhor cidade pra viver? Onde se tem uma melhor qualidade de vida? Bem, isso é relativo a cada ponto de vista. E antes de eu começar a mostrar o meu ponto de vista, gostaria de deixar bem claro que é o MEU ponto de vista e que cada um tem um estilo de vida diferente.
Bem, amanhã completa oficialmente 1 ano que chegamos em Vancouver depois de termos morado exatos  5 anos e  5 meses em Montréal, e nesse meio tempo eu fazia conexão entre Montréal e Ottawa durante 1 ano e meio. Então alguma coisa eu pude aprender sobre essas cidades.
Em 2012, eu vim para Vancouver estudar inglês num programa muito conhecido na região leste do Canadá chamado Explore! e no final dessas 5 semanas eu conclui de que Vancouver era uma cidade cara demais pra se ter a qualidade de vida que tínhamos em Montréal e depois de 1 ano aqui essa minha conclusão de apenas 5 semanas continua a mesma (só pra adiantar um pouco a minha percepção daqui).
Esse post é mesmo para comparar as 2 cidades (pode ser que Ottawa venha em alguns momentos também) e como eu disse antes é o meu ponto de vista e por isso vinha coletando alguns pontos essenciais para fazer essa comparacão mas que estão presentes no nosso dia a dia. Vamos lá:

1. Segurança: quem vive em Vancouver já ouviu falar muito na região de Surrey que é o pior bairro para se viver, etc, e que realmente tem uma péssima reputação. Quando chegamos a Vancouver moramos 6 meses em Surrey que é um bairro enorme portanto tem regiões boas e ruins. A gente morava numa rua super tranquila mas mesmo assim eu não me sentia nem um pouco segura lá. Depois desses 6 meses nos mudamos para Vancouver e tenho a mesma impressão, falta segurança em Vancouver. Aqui é uma cidade que tem doidos por todas as partes, e outra coisa que eu sinto é a pouca quantidade de policiais nas ruas o que é bem diferente de Montréal, onde nós (mulheres) podemos passear a qualquer hora do dia ou da noite sem nenhum problema. Eu cansava de ir trabalhar de bicicleta e voltar as 2 da manhã sem problema algum. Ou seja, no quesito segurança Montréal é muito mais segura do que Vancouver.

2. Moradia: Vancouver é uma cidade muito cara pra se viver. Eu falo nos dois pontos, tanto pra aluguel, quanto pra compra. Os apartamentos são pequenos e muito caros, fora o acabamento que em geral não é tão bom assim. Muitos são construídos somente de madeira e a acústica é péssima. Se você quiser comprar um apartamento ou casa e não for um milionário, se prepare para ir para bem longe do centro e mesmo assim ficar com espaço limitado, e por um preço absurdo. O contrário de Montréal, onde se é bem mais fácil comprar uma casa, um apartamento, ao gosto do freguês e não precisa ter um ótimo salário. Muito comum ver brasileiros com a sua própria casa/apartamento rapidamente em Montréal, ou mesmo Ottawa que é um pouco mais caro.

3. Emprego: Esse é o ponto mais positivo de Vancouver se comparado a Montréal. Em Montréal para se conseguir um bom emprego, tem que falar o inglês e francês muito bem e mesmo assim tem que ralar bastante para conseguir um bom cargo. Vamos dizer que em Montréal eles são mais bairristas, é um tal de indicação interna nas empresas, o tal do QI. Existe muito um protecionismo de empregos para os locais e a depender da sua origem, sobrenome, e postura talvez você demore muito até alcançar um bom emprego em Montréal. Já em Vancouver as oportunidades são infinitas (a depender da profissão, mas em geral é muito positivo). Se você fala um inglês meia boca já irá conseguir alguma coisa e o clima de trabalho também é muito melhor. Sem muitos julgamentos se você faz um bom trabalho ou qual o seu sotaque. Ponto para Vancouver nesse quesito.

4. Povo Canadense/imigrante: O povo canadense em Vancouver é mais aberto no quesito simpatia e não no quesito fazer amizade. Eles amam conversar no ponto de ônibus, no elevador, onde for, você sempre encontrará uma pessoa puxando conversa, são bem humorados. Já em Montréal vai depender do clima, hahaha. No verão todos os motoristas de ônibus te dão um "bonjour", já no inverno não espere um bom atendimento de alguns.
O tipo de imigrante e influencia local também é bem diferente de um lugar a outro. Em Montréal tem muitos latinos, árabes e povos que falam francês da África, já em Vancouver os Ásiaticos predominam, ai vale cada um imaginar ou testar qual cultura se aproxima mais da sua. Eu, particularmente me identifico mais com a cultura do lado leste que tem influencia européia, nova iorquina, latina, etc, do que com a cultura asiática. Mas isso é de cada um, né?
Mas uma coisa é certa, viver só no inglês é muito mais fácil!

5. Trânsito: Vocês que vivem reclamando das obras de Montréal, do trânsito de Montréal, isso e aquilo, não conhecem o trânsito de Vancouver. Aqui não tem highways dentro da cidade, ou seja, dá pra imaginar o caos que é, não tem dia e nem hora para engarrafamentos. Isso é um ponto que me deixa louca. Outro ponto é que o transporte de Montréal funciona perfeitamente bem, comparativamente ao transporte público de Vancouver, então é difícil de se acostumar quando você contava com um transporte público abrangente e de qualidade. Em Montréal eu não tive carro durante anos e nem sentia falta, mas aqui em Vancouver a maioria das pessoas precisa ter carro já que em geral não podem contar com outros meios, o que causa engarrafamentos infernais.
Ah! E outro ponto que eu não posso deixar de comentar. O povo daqui dirige MUITO mal. Pode contar com um acidente todos os dias no seu planejamento e sair de casa um pouco mais cedo para não se atrasar. Muito ruim. E sim, as pessoas aqui são muito mais estressadas no trânsito, mesmo dando sinal não espere que o carro de trás vai parar pra te dar a passagem.

6. Seguro de carro e saúde: O seguro de carro aqui é muito caro. Ele é gerido pela província, centralizado. Não existem seguros particulares onde você pode pesquisar o melhor valor e benefícios que o seguro pode te ofererecer. Ou seja, de $120/mês que eu pagava em Montréal, subiu para $285/mês em Vancouver, só por aí se tem uma noção do custo de vida. E o seguro provincial de saúde também é pago, todo mês. No nosso caso pagamos $136/mês para um casal, o que irá subir assim que a nossa pimpolha chegar. Enquanto no Québec a saúde é integralmente gratuita. Muita gente fala mal da saúde do Québec, posso afirmar que aqui também não é essas coca-colas não. Assim que chegamos em Montréal conseguimos um médico de família, que também é uma questão de sorte, aqui em Vancouver eu tenho uma médica de família porque estou grávida mas o meu marido nunca conseguiu um.

7. Família/filhos: Gente, Vancouver, com certeza, não é a melhor cidade pra ter filhos no Canadá. Além dos problemas sociais que existem na cidade, que é um tópico para muitos parágrafos, e a presença constante de drogas, é um cidade extremamente cara para ter filhos. Uma boa creche custa muito caro e além disso as filas de espera são surreais. Quando converso com os canadenses, eles me explicam outras formas de conseguir sair desse aperto, mas nem sempre são estratégias que agradam, como por exemplo pagar uma vizinha pra cuidar do filho, no lugar de pagar uma day care, ou ter uma babysitter em casa, parar de trabalhar alguns dias, etc. É muito melhor você se sentir livre para fazer a melhor escolha para a família e não ficar com a corda no pescoço como me sinto aqui.

8. Clima: Vancouver chove e chove MUITO,  mas não me incomoda como a neve também não me incomoda. Realmente, esse é um tópico muito pessoal. Meu marido, por exemplo, detesta o inverno de Montréal pelo fato de ser longo e frio, isso já não me incomoda tanto. Eu até sinto falta da neve. Mas uma coisa é fato, se você pensa em vir pro Canadá tempo bom você não irá encontrar em lugar nenhum, então esse é um tópico que não entra mais em primeiro lugar quando penso qual o melhor lugar para viver no Canadá.

9. Comida/Supermercado: Vamos falar primeiro do supermercado. Logo que cheguei em Vancouver eu tomei um susto com os preços nos supermercados. Por exemplo, um saco de espinafre que eu comprava em Montréal e pagava $1, aqui eu pago $2.47. Mesmo as taxas sendo menores (BC - 5% e QC- 14.95%), acredite que aqui a gente gasta muito mais com supermercado do que em Montréal e olha que não compramos no supermercado mais caro e os produtos também caíram de qualidade. Aquela imensidão de queijos maravilhosos que costumávamos comprar foram cortados da lista.
Já comer fora aqui em Vancouver é mais barato devido as taxas baixas em restaurantes e o valor dos pratos também. Em Montréal se paga 15% de taxa e mais 15% de tip, o que encarece muito a conta. Só que existe uma coisa muito legal em Montréal que é o "traga o seu próprio vinho", um hábito super comum em diversos restaurantes de Montréal.
Por isso que existem inúmeras opções de vinhos, inclusive franceses (ai que saudade), que encontramos em Montréal e não achamos por aqui.

10. Roupas/ Moda: papo de mulher agora. Bem, Vancouver é uma cidade super moderna e chique mas todo mundo se veste do mesmo jeito. Acaba que a moda segue a influência asiática. Todas as mulheres vestem lululemon, ugg, e seguem a boiada. Montréal tem mais uma influência nova-iorquina e européia (como eu disse antes) oferecendo mais opções. Não sei, nesse ponto as pessoas lá são mais abertas e cada um segue o seu estilo. Aqui ou a pessoa é chique ou é hip, é um pouco limitado o negócio.

11. Acesso: E por útlimo acesso as coisas. Gente, parece que eu estou de implicância com Vancouver e estou mesmo, ahahaha. Fico louca quando preciso rodar a cidade inteira para achar uma pequena coisa. As lojas aqui parecem que sempre está em falta, nunca são 100% completas. Se você vai ao dollarama, não tem tudo; se você vai na Staples não tem papel de presente (what???), é isso mesmo! Por isso a minha implicância porque observo o tempo que levo pra comprar uma besteira.
Outra ponto em relação ao acesso é que em Montréal tudo é tão tão barato que as pessoas doam coisas o tempo inteiro (móveis, roupas) e tudo em perfeito estado. Em Vancouver isso não existe, tudo se vende. Tudo vira negócio, afinal de contas tempo aqui é dinheiro.

É isso gente, como disse antes, esse é o meu ponto de vista. A maioria dos brasileiros que vem de Montréal para Vancouver amam morar aqui; pra mim o custo não vale a pena. Eu acho que existem outras cidades do Canadá muito mais interessantes e que proporcionam uma melhor qualidade de vida. Até a próxima!

segunda-feira, 28 de março de 2016

Punta Cana - República Dominicana

Chegada no quarto

Deixa eu rebobinar um pouco a fita pra contar como foi a nossa viagem para Punta Cana que aconteceu em outubro de 2015. Shame on me! Muito tempo sem vir aqui no blog! Mas enfim, o objetivo dessa viagem foi bem diferente de várias outras. Normalmente, mesmo indo para esses hotéis all inclusive, a gente sai do hotel pra curtir o país, o povo e conhecer mais da cultura local. Mas eu andava tão exausta nesses dois últimos anos que o que eu mais sonhava era em deitar numa cama confortável e dali não sair mais por dias. E foi isso o que aconteceu, quer dizer, mais ou menos, ehehe.


Nos hospedamos num hotel 5 estrelas, Grand Bahia Príncipe Punta Cana. Sem sombra de dúvidas o melhor que já nos hospedamos pelo Caribe. O quarto bem confortável, o hotel tem uma ótima estrutura, várias piscinas, carrinhos elétricos (já que o complexo é imenso), esportes, e atrações diárias. Ao mesmo tempo que haviam varias reviews positivas, vimos também algumas reviews feitas por brasileiros que passaram por péssimas experiências lá. Nós não tivemos essa falta de sorte e não concordamos com alguns comentários. Na minha opinião é aquela questão: “quem não se comunica se trumbica”. E isso funciona em qualquer lugar do mundo, fato! E acho também que depende muito da atitude e tratamento que damos de volta.

Os 3 primeiros dias lá foram exatamente como eu falei acima. Descanso total! Da cama pra praia, da praia pra cama, com um bainho de piscina no final do dia pra fechar com chave de ouro e claro aquela cervejinha gelada e diversos drinks. Dessa vez a gente se controlou mais com a comida pra não voltarmos duas bolas como era de costume. Ah! A praia de Punta Cana é uma delícia, tem aquelas algas sim mas tem pessoas encarregadas em limpar a praia diariamente. As águas são cristalinas e quentinhas como as do nordeste de Brasil.

Cidade Colonial em Santo Domingo
Na metade da viagem nós despertamos porque a rotina estava nos cansando demais, ehehehe (da cama pra praia, da praia pra cama). Alugamos um carro e fomos até a capital do país, Santo Domingo. O trânsito é um verdadeiro caos. E gente, na boa! eu nunca vi um lugar tão sujo na minha vida. Eu tinha nojo de pisar no chão. Ficamos impressionados com a falta de consciência e educação da população do país, além da falta de vários outros recursos que fazem uma nação crescer. Claro que após a nossa ida a São Domingo, essa era a minha pergunta principal pro povo: por que as praias, as ruas são tão sujas? . E eles se explicavam dizendo que os políticos não se importam com absolutamente nada e a corrupção domina o país. O que é um absurdo, claro! Mas as pessoas podem fazer a diferença por si só sendo um exemplo. Quando você vir alguém jogando lixo na rua, pergunte a esse alguém se ele faz isso na casa dele. Já passou da hora do ser humano cuidar da sua terra, país, planeta independente de ajuda ou consciência vinda de cima da hierarquia. Eu fiquei revoltada, não posso negar!

Pra confirmar a nossa péssima impressão deste ponto (de sujeira nas ruas, praias, etc), fomos a uma praia lindíssima pertinho de Punta Cana, Playa Macao e lá estava ela dominada pelo lixo. Eu e Bernardo catamos um pouco de tampinhas, garrafas, canudos, etc pela praia pra tentar mostrar pra aquele povo que eles podem sim fazer alguma diferença. A única praia limpa é a de Punta Cana por causa dos turistas e dos hotéis, claro!
Playa Macao

Deixando o desabafo de lado, deixa-me contar um pouco as coisas boas que vivemos por lá. Bem, o hotel maravilhoso, a comida também, bebidas para todos os gostos e uma cerveja local deliciosa, a Presidente. Tem um rum local também chamado Mamajuana, eu achei muito amargo, mas Bernardo gostou tanto que comprou uma garrafa que está intacta no armário até hoje.  As pessoas são super simpáticas, nos sentimos em casa desde o momento em que pisamos em Punta Cana. Um país muito parecido com o Brasil, as pessoas amam dançar, contar piadas e dar risada de tudo, rsrs.

O centro histórico de Santo Domingo é super fofinho, vale muito a pena a visita, mas, infelizmente, é bom ter cuidado para não sair desse trecho (o trecho é bem sinalizado e policiado). Estava tendo uma exposição de Miró em um dos museus da cidade Colonial. Por falar em museu, a cidade oferece museus  para todos os gostos. De lá fomos para o restaurante D'Luis Parrillada que fica na orla, bem pertinho da cidade Colonial, comemos o "Pulpofongo" que é uma comida local feita de milho com qualquer carne ou frutos do mar (à escolher), simplesmente delicioso! Na volta de Santo Domingo paramos em duas praias, Boca Chica e La Romana, que eram indicadas pelos guias que lemos. Be queria muito tomar um banho de mar antes de sair da região de Santo Domingo, mas infelizmente essa tarefa foi difícil de cumprir porque a praia fedia de tanto lixo na água e na areia. Saímos correndo de lá!
Cidade Colonial

Em um dia desses, fizemos um passeio de helicóptero, e que valeu muito a pena. Eu nunca tinha andado de helicóptero e amei a sensação e visual que a gente tem de cima. Eu vi um tubarão naquelas águas cristalinas, lindo! Apesar do caos da sujeira nas cidades, ainda se ver muito verde e florestas intactas por lá. Também avistamos as piscinas onde criam os golfinhos para atração turística e mais uma vez fiquei triste com a humanidade. Eles vivem sob maus tratos e os turistas pagam caro para patrocinar esse ato tão desumano.

                                                                  Apesar desses pontos, a República Dominicana é um lugar que agrada a todos os gostos. Muitos passeios são oferecidos nos hotéis (pagos e gratuitos) e tem muita coisa interessante para se conhecer pelo país. No norte tem a cidade de Samaná que todos falam que é um paraíso mas que não tivemos a chance de conhecer dessa vez. Punta Cana foi mais um lugar que  tivemos o prazer em conhecer e aprender tanta coisa em tão pouco tempo. 

Viagem, realmente, é o que engrandece e alimenta a alma e nos faz sentir tão abençoados por termos mais essa oportunidade, conhecer a famosa Punta Cana. 
Em breve nosso próximo destino: Olympic Península no estado de Washington, Estados Unidos.

Até a próxima! 
Roberta.



  

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

De Leste a Oeste do Canadá

Dia 27 de outubro de 2015 às 9:15 da manhã, deixamos Montréal rumo a Vancouver. Montréal foi uma cidade muito marcante nas nossas vidas. Lá aprendemos e aprimoramos o francês, fizemos bons amigos, conhecemos o que é viver com nacionalidades diferentes, e nos desenvolvemos profissionalmente. Fechamos um ciclo da nossa vida para dar início a novas oportunidades que a vida continua a nos proporcionar.
Dessa vez na direção Oeste. Foram 6 dias dirigindo e onhecendo um lado do Canadá nunca visto e nem imaginado por nós dois antes. O céu estava lindo no dia 27 de outubro, pegamos a estrada em direção a Timmins, na província de Ontário. Foram 9 horas de viagem de um dia ensolarado e uma noite estrelada até chegarmos ao destino do dia.
The Forks, Winnipeg
No dia seguinte seguimos viagem logo cedo. A província de Ontário é enorme, passamos por várias cidades, dirigimos muito e ela não acabava. Como a gente já conhecia bastante das províncias de Québec e Ontário, não fizemos questão de parar mais uma vez. Então os 2 primeiros dias foram de muita direção para aproveitarmos mais no final. Segunda noite dormimos na cidade de Dryden, ainda em Ontário (a província não acaba nunca!).
Finalmente no terceiro dia de viagem chegamos a província de Manitoba. Paramos num shopping em Winnipeg, a capital de Manitoba para almoçar e nos impressionamos com tamanho pobreza. A maior parte da população é de Metis, uma das culturas Aborígenas. Manitoba é uma das províncias mais violentas do Canadá devido ao grande índice de dependentes alcóolicos. Não vou negar o medo que tive nesse shopping, parecia que a gente estava num filme de terror. Mas existe sim lugares ótimos para visitar, como o de Forks que é um mercado central bem turístico.
De Manitoba seguimos para a província de Saskatchewan e dormimos em Regina, a capital. Confesso
Regina, Saskatchewan
que fiquei tão impressionada com a pobreza de Manitoba que o medo me acompanhou até Regina. Lugar um pouco mais desenvolvido mas que também não me senti segura. Aproveitamos para visitar o RCMP Heritage Centre em Regina.
RCMP Heritage Centre, Regina-SK
Durante esse trajeto de Manitoba para Saskatchewan, várias crianças descendentes das primeiras Nações nos pediram dinheiro ou qualquer outro tipo de ajuda. Uma pobreza não muito comentada ou vista por outras regiões do Canadá.
No quarto dia saímos de Regina para Calgary, província de Alberta. Lá encontramos amigos queridos que nos deram abrigo por uma noite.
Calgary, Alberta
Calgary é uma cidade linda, muito organizada e extremamente limpa. Fomos no ponto mais alto da cidade e rodamos um pouco pelo centro.
Todas as nossas passagens foram rápidas mas deu pra conhecer um pouco do Canadá.
De Calgary seguimos para  Kamloops passando pelas Rocky Mountains e com direito a uma paradinha para o almoço em Banff. As Rocky Mountains estavam deslumbrantes cobertas de neve. Uma paz celestial!
Nessa viagem o tempo foi uma das principais barreiras; em um momento estava sol, 10 minutos depois dhuva, temporal, ai estiava, caia neve. Um loucura! E foi nesse clima que presenciamos um acidente de um carro que derrapou na nossa frente. Apesar de tanta aventura, chegamos em Vancouver exatamente como o planejado e em paz no dia 1º de novembro de 2015 depois de 5000km rodados.