sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11/11/11


Como muitos sabem, Montréal é uma cidade dividida entre os ingleses e franceses. Logo que a gente chega, a gente não se dá conta dessa disputa, mas com o tempo a gente vê que o negócio é sério mesmo. Acho que eu já comentei aqui no blog que eu sinto os ingleses mais abertos (menos julgadores) e os franceses resmungões e bota resmungões nisso (e mais julgadores). Desde que nós chegamos em Montréal, a gente convive mais com a parte francesa do que a inglesa. Foi um ótimo tempo, eu aprendi bastante francês, mas vou dizer que eu já tô de saco cheio deles. E agora estudando numa faculdade francofona, o contato está ainda maior.

Ontem a noite na faculdade, eu presenciei uma situação triste e revoltante, não foi a única, mas ontem foi deixado no ar o verdadeiro pensamento deles em relação a nós, os imigrantes. Dormi com o coração apertado, sonhei com isso e acordei pensando no que fazer.
Como hoje é um dia único e especial(11/11/11) eu gostaria de deixar registrado o meu pensamento.

Em pleno século XXI, ainda existe o racismo e a discriminação no Québec? Existe e muito!!! O racismo é claro, a cor é levada em consideração na hora de conseguir um emprego até a hora de ser escolhido para um simples grupo de trabalho de universidade. A discriminação pode ser sentida e vista a todo momento, basta a gente abrir a boca e denunciar o nosso sotaque.
Mas ontem, a discriminação foi exposta pelo próprio professor contra os imigrantes sem nenhum tipo de pudor. Eu não pensei, ai coitadinha de mim ou coitados dos imigrantes, não! Eu pensei em como podia existir uma pessoa daquelas no mundo e como ele podia educar uma outra pessoa para fazer parte desse mundo também. O mais triste foi ver os jovens québécoises apoiando e dando exemplos de coisas absurdas.
Eu sei que existem muitas diferenças entre cada cultura, claro! A religião, por exemplo, é uma das coisas que afastam muitas pessoas de uma integração comum. Mas é justamente por causa das diferenças que o mundo é interessante e não é motivo para que a gente trate mal ou julgue uma pessoa. A gente não sabe da história de cada país ou de cada vida.
Eu só sei de uma coisa: ninguém deixa o seu país sem um propósito real.
Em Montréal, a gente convive com pessoas do mundo todo e eu me anulo quando as pessoas conversam sobre um assunto que eu não sei. A discriminação e o racismo, no meu conceito, é a pura falta de informação e eu não quero fazer parte deste ciclo de ignorância.
Tenham um ótimo dia 11/11/11 e façam a diferença onde forem.
Beijos e abraços, Roberta.